O Liceu debe o seu nome ao trovador Macias de Padrão o Namorado, nado na aldeia de Sande – Carcacia – Padrão (A Corunha) sobre 1340, e é possível que estiver ao serviço de Enrique de Villena. Morreu em 1414 na fortaleza de Santa Catalina de Arjonilla de la Vega (Jaén) a mãos de Hernán Pérez de Padilla, quando exercia de Mestre da Ordem de Calatrava, Pedro Moniz de Godoy (entre 1367 e 1384).
Conservamos nos distintos cancioneiros existentes uma vintena de composições (em galego, castelhano ou uma mistura de ambas as duas), mais só cinco podem ser consideradas com bastante verosimilhança da sua autoria: as numeradas no “Cancioneiro de Baena” entre 306 e 310.
Cantiga de Macias para su amiga
Cativo da minha tristura,
já todos prendem espanto
e preguntam que ventura
foi que m´atormenta tanto.
Que nom sei no mundo, amigo,
quem mais do meu quebranto
diga desto que vos digo:
Que bem see nunca devia
al pensar que faz folia.
Coidei subir em alteza
por cobrar maior estado,
e cai em tal pobreza
que moiro desamparado.
Com pesar e com desejo
que vos direi, malfadado
o que ouço bem e vejo.
Quando o louco cree mais alto
subir, prende maior salto.
minha loucura assi cresce
que moiro por ém torvar;
pero mas nom haverei
si nom ver e desejar
e por ém assi direi:
Quem em cárcer sol viver,
em cárcer se vai morrer.
Minha ventura em demanda
me posso atám dultado,
que meu coraçom me manda
que seja sempre negada:
pero mais nom saberám
de minha coita lazdrada
e por ém assi dirám:
Cam ravioso é cousa brava
de su senhor sei que trava.
Macias de Padrom